quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Estou seca...

Estou seca...
Nada brota de mim
Nem mesmo um leve suspiro...
O silêncio tomou conta de mim...
E quem escreve agora...
Já não sei quem sou...
Estou amachucada
Encarquilhada
Apenas umas nervuras sobressaem...
Não vejo
Não ouço
Não saboreio
Não sinto
Nenhuma melodia, som ou palavra sai da minha boca... enrugada pelo tempo, pelo espaço,...
Não há cor...
Aqui não há cor como noutros sítios
Ou outras palavras...
Ou outras gentes...
Aqui... não há mais nada...
Que não seja
Um enorme rancor!
De uma palavra seca que se recebe...

Serei aquilo que quiser ser
E não quero ser
O gozo de ninguém...

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